Meditação da Mulher

Terça-feira, 20 de março de 2018.

Que presente!

De longe Se me deixou ver o Senhor, dizendo: Com amor eterno Eu te amei; por isso, com benignidade te atraí. Jeremias 31:3, ARA

Princesa é o nome de uma égua que meu esposo me deu. Duquesa, a mãe do animal, tem linhagem nobre. O pelo castanho e a crina fluida e macia refletem essa nobreza, tanto quanto seu espírito livre e espontâneo.

Frequentemente, visitávamos Princesa pela manhã ou à tardinha. Visitar Princesa era como terapia para mim, enquanto eu ficava ali a admirá-la e a observar seus graciosos movimentos. Um tanto arisca, ela não nos permitia chegar muito perto, a princípio. Contudo, meu esposo é um bom treinador e logo conquistou sua confiança. Enquanto ele lidava gentilmente com ela, eu ansiava pelo dia em que pudesse fazer a mesma coisa. Um dia, saímos de casa cedo para fazer uma rápida visita a Princesa. Fiquei muito feliz por meu esposo ter-me ensinado o segredo de alisar seu pelo sedoso. Eu esperava até que Princesa viesse em minha direção e começasse a cheirar minha cabeça. Ter com a bela criatura essa nova interação baseada na confiança foi para mim uma grande emoção, embora, para meu desapontamento, ela ainda não me deixasse acariciá-la com meus braços como eu tanto queria.

Então aconteceu a tragédia. Princesa sofreu um acidente, fraturando gravemente uma perna. Quando eu a vi deitada no chão, meu coração se partiu. Eu me ajoelhei e acomodei sua bela cabeça. Com grande tristeza, eu a acariciei e coloquei sua cabeça no meu colo. Os soluços me sacudiram o corpo com tristeza inexprimível. Era necessário sacrificá-la. Eu me senti vazia. Como havia desejado abraçá-la e acariciá-la quando ela estava bem! Mas ela não deixava.

Meus trágicos últimos minutos com Princesa me fizeram lembrar de quantas vezes Jesus estende ansiosamente os braços para nos abraçar. No entanto, com nosso senso de liberdade e independência, não Lhe damos atenção. Às vezes, rejeitamos Seu amoroso abraço. Lembro-me de como Ele chorou sobre Jerusalém, expressando a tristeza de uma galinha mãe, cujos pintinhos não querem se abrigar sob suas asas protetoras. Não entristeçamos nosso Senhor. Ele quer nos dar o divino toque do amor do qual necessitamos tão desesperadamente. Deseja enxugar cada lágrima dos nossos olhos e nos levar para um lugar de paz, onde não haverá mais morte, pranto ou dor.

Permita, hoje, que Sua bondade a atraia e Seu amor eterno a abrace com ternura.

Marialva Vasconcelos Monteiro Chaussé

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